ENLEVO

 

 

 

esperei das horas o encanto

e a estranheza

de uma saudosa presença

que o tempo não pôde malograr

 

favos de Gioconda brandura

pendentes

no colar derramado

de seus cabelos emaranhados

em tom de lúdico devaneio

 

fascínio que perdurou

até que a cortina da noite

me fizesse interpelar:

-à qual de mim pertence

este fortuito enlevo?

 

e desfez-se em sutil alfazema

o hálito expelido

por um sussurro de flor

-dela

feminino torpor

que este insinuante momento

não ousou dissipar

 

 

 

 

 

 

 

 

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