Entre a Janela e a Porta

Entre a janela e a porta, mais de vinte e três anos se passaram. Anos de cigarro e vento, de insônia e prazer, quase nada sem arrependimento. Cada passo entre a porta à janela agora é mais fácil. Já fui mais fechado ao azul e ao violáceo. Outra janela, essa outra mais cheia de vida, tantas e tantas vezes pesou nos olhos a vontade da fantasia. Entre a janela e a porta, só o longe é possível. Estar entre a janela e a porta é usar os detalhes para preservar a miudeza da minha feiura irreparável. Vinte e três passos contidos. 

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Comentários

Rhodys, meus parabéns! Por esses vinte e tres anos contidos, isso quer dizer que foi bom ter nascido!

Abraços!

Obrigado, Madalena. Você tem toda razão. Beijos