Entre Novembro e Dezembro

Entre Novembro e Dezembro os dias fenecem
ali tão tresmalhados
Emancipam um emaranhado de ecos e silêncios
quase acabrunhados
Capturam da escuridão todos os felinos e voláteis
breus sempre espezinhados
 
Entre Novembro e Dezembro o tempo sequestra todo
os segundos envergonhados
Interceptam as fronteiras dos céus onde dormita um
sussurro sereno e mal-amanhado
Perdura e nutre toda a eternidade da solidão acossada
e arrasadoramente e amnistiada
 
FC
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