Espera
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014
Nesta atmosfera de carência espero-te,
na saudade,
no sopro de outro texto,
onde as línguas do mar sopram-me.
Na espera de hoje não morrerei,
amanhã talvez morrerei melhor,
uma mulher aprende o delírio,
no ventre semeias
e ela espera um filho.
Falaremos do tempo que nos espera
e tudo recomeça em outros ventos,
fosse o Sol o mar vermelho,
a Lua a espera,
não esperes nunca por mim.
O beijo rasgado no meu rosto,
limpo pela saudade, espera por ti,
se tu não vens,
fica a boca fechada,
tudo fechado,
onde o sopro dos teus dedos
beija antes do fim.
Aqui fica a espera na garganta das letras.
Gila Moreira 11/02/2014
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