Farelos (10)

Os batuques ecoam em toda a escrivaninha.

O sapo de borracha maleável olha para minha direção.

Atento, em pose sob os farelos.

O examino com desprezo. Como fui criar uma

coisa tão feia? Pude eu?

Cuspo nos jornais do chão. Resmungo um palavrão.

Ranjo os dentes, na espera.

O sapo deixa escapar um barulho nojento,

Mas na verdade, lá fora, era o vento.

Género: