A fuga

Quando a noite chega invadindo as cidades,

Toda gente tenta fugir de si

Sobre as luzes artificiais dos bares em movimento.

Um copo, dois, um olhar perdido, um pedido no balcão -

- Seja rápido barman, eu ainda estou em mim.

Garotas vestem-se para competir umas com as outras,

Numa íntima batalha inquestionável.

Caras com cara de mau, só fazem mau a eles próprios – procurando as mulheres que nunca tiveram, procurando as mulheres que nunca terão.

E a fuga da humanidade continua noite afora e bebida adentro, e porque não mais outras drogas para perder o pensamento?

Ninguém é alguém quando sóbrio está.

Alguém é ninguém quando bêbado está.

As horas passam, os olhares se cruzam em silêncio.

Bocas trocam palavras procurando entendimento e conforto nessa imensa fuga da manada particularmente íntima..

A Lua brilha, os bares fecham, enquanto as almas vagueiam sem corpo concreto.

Solitários em si mesmos.

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Comentários

Voraz é a multidão nos seus inúmeros

contrastes.

 

Belo poema!

Saudações!

_Abílio Henriques;

belo poema parace uma canção urbana. daria para musicar, letra de uma banda de rock