Guardiões do tempo
GUARDIÕES DO TEMPO
Tu és o guardião do tempo,
Cobres ao meu lado esses gritos
De estandarte ao vento,
Lanças a ponte entre nós e a tormenta
No teu relógio sem horas profanas
A mágica alquimia dos ritos
Soam como um lamento expirado
Ronronando na tarde pardacenta.
A minha nave estática intranquila
Vagueia no mar do inverno ao desabrigo
Em águas revoltas permanece ao perigo do inimigo
Num crepúsculo sem luz assalta o entardecer
A noite se esmaga na terra,
Chegando aos meus ouvidos
Aquele eco frio e tenaz que massacra os sentidos
Num redopio, alguém sem querer
Atrai a Gafanha e sem saber
Na sua sorte beijou a hora da morte.
A eterna mente,
Ainda encerra o eco frio e o sabor da terra
Que se cruza nesta vida descontente,
Esvaída por uma quimera
E o seu pranto cioso do silêncio
Em lagrimas de chuva se esvanece
Por entre muros de olhares submersos
Florindo arbustos de bagas rubras e violetas
Um prado de odor intenso
Ser e matéria, razão e senso
Astrolábio de estrelas incandescentes
Na noite de Primavera
Guardam o silêncio do tempo
Onde os dias se afastam dispersos.
Somos filhos do tempo, guardiões do silêncio
Do teu, do meu, de muitos a quem nada importa
Coabitamos com as dores, que volteiam o véu da inercia
Trespassando de forma calada profunda e lenta
E os teus medos acorrentados nos elos de cor cinzenta
São anéis da nossa ponte tecida em corda.
Rasgo o meu silêncio por entre os odores de cravo e pimenta
Mordo o lábio sentindo arder no peito essa luz turva
Um desconhecido desejo de ignoto e estranho fito
Do silêncio em lagrimas de chuva
Que jorram melancólicas do infinito
Por entre olhares cruzados e submersos
Percorrem em silêncio a ponte da tormenta.
Comentários
conceição corde...
2ª, 02/12/2013 - 01:28
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Se não conserguirmos ser
Se não conserguirmos ser guardiões do tempo,
devemos ser guardiões dos nossos
sentimentos e revelá-los somente a quem merece saber.
Madalena
2ª, 02/12/2013 - 11:28
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Comovente o poema!
Comovente o poema!
Gostei e muito!
Abraços!