A justiça vem da escuridão

Sou famoso desbravador das trevas,
bato asas no inferno tão escuro,

voando feito morcego, e sem tréguas, 
vou jazendo o sangue do ser impuro.

Às vezes sou também senhor dos tremas: 
nas ligações dos nervos, e com tudo 
que compõe o seu corpo sem as prévias

vidas agora mortas pelo luto.

Consagram-me de justiça da rua,
O morcego da noite podre e crua,
Antítese, contrário a luz

E contra a norma maldita do mundo.
Separo com a faca e do profundo
desejo de matar, entorto a cruz.


 
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