Luzeiro dos silêncios

Confiro a luz que trazes
 
nos olhos
 
grávida de esperança
 
Abasteço a noite com o luzeiro
 
nocturno
 
iluminando-te até que
 
o rasto do teu ser
 
se extinga soturno
 
 
Deste-me a eloquência num raio
 
travesso de luz embebida
 
em lamparinas de prazer
 
incendiando as noites galopantes
 
passando errantes entre
 
as tendas anónimas onde
 
pernoitamos inebriantes
 
 
Cumprimos a tradição
 
marchando no riso que
 
iluminará os faróis espelhando
 
nossos passos viandantes
 
Revelaste-me o perdão
 
num relampâgo de prazer
 
redundante
 
percorrendo as tempestades
 
brejeiras ornamentadas
 
numa delicia nocturna
 
quase asfixiante
 
 
É tempo de apagar as luzes
 
Parar o tempo numa meta
 
vitoriosa e sem atenuantes
 
onde nos embrenhamos empolgantes
 
caçando todas as réstias de luz
 
dormitando ao colo
 
dos silêncios tão estonteantes
 
FC
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