MEMORIA Á MINHA MÃE AO MEU PAE
Autor: António Nobre on Friday, 9 November 2012
Aquelle que partiu no brigue _Boa Nova_,
E na barca _Oliveira_, annos depois, voltou;
Aquelle santo (que velhinho e jà corcova)
Uma vez, uma vez, linda menina amou:
Tempos depois, por uma certa lua-nova,
Nasci eu... O velhinho ainda cà ficou,
Mas ella disse:--«Vou, alli adiante, à _Cova_,
Antonio, e volto jà...» E ainda não voltou!
Antonio é vosso. Tomae là a vossa obra!
«Só» é o poeta-nato, _o lua_, o santo, a cobra!
Trouxe-o d'um ventre: não fiz mais do que escrever...
Lede-o e vereis surgir do poente as idas magoas,
Como quem ve o sol sumir-se, pelas agoas,
E sobe aos alcantis para o tornar a ver!
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Comentários
ronilda davidlo...
3ª, 18/06/2013 - 14:43
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Uma ternura pueril que chega
Uma ternura pueril que chega a tocar as raias de emotividade.