METROPOLITANO

 

Do estreito de índigo aos mares de Ossian, sobre o laranja e o rosa da areia

que banhou o céu bordô, acabam de subir e se cruzar bulevares de cristal

habitados de repente por jovens famílias pobres que se alimentam nas

quitandas. Nada de riqueza. — A cidade!

Fogem direto do deserto de betume em debandada, com lençóis de névoas

escalonadas em bandos pavorosos no céu que se recurva, recua e desce feito

da fumaça mais sinistra que o Oceano de luto possa produzir, elmos, rodas,

barcos, ancas. — A batalha!

Levanta a cabeça: esta ponte de madeira, pensa; as últimas hortas da Samaria;

essas máscaras iluminadas sob a lanterna fustigada pela noite fria; ondina

tonta em vestes farfalhantes, no leito do rio; esses crânios luminosos com

estacas de ervilhas — entre outras fantasmagorias — a campina.

Trilhas tricotadas de grades e muros, contendo a força seus pequenos bosques,

e flores atrozes que trazem nomes de dores e amores, Damasco danado de

langores, — possessões de aristocracias feéricas ultra-Renanas, Japonesas,

Guaranis, prontas agora para receber a música dos antigos — e há albergues

que não vão abrir nunca mais — e há princesas, e se não estás tão abatido,

estude estrelas — o céu.

Na manhã onde, com Ela, tu te abatias entre estilhaços de neve, esses lábios

verdes, os granizos, as bandeiras negras e os raios azuis, e os perfumes

púrpuras do sol dos pólos, — tua força.

 

 

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