MILICIANO

Aquela mão assassina,

Que trucida e chacina, 

crianças de rua.

 

É a mesma, já festiva,

Que afaga e cativa,

Os cabelos da sua.

 

Sem complexo de culpa, 

Nem dó, nem desculpa,

 Guarda sua arma.

 

E, no momento seguinte,

Dorme, com todo o requinte,

Um sono leve, sem trauma.

 

A mesma mão que golpeia,

É aquela que semeia,

Rosas no quintal.

 

E, uma hora depois,

Lê a tragédia na página dois,

Comendo um lanche frugal.

 

 

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