A MINHA MÃI
Autor: João de Deus on Thursday, 6 December 2012
Patria! berço d'amor, que a alma embala
Em quanto a luz vital nos illumina,
E onde só descançado se reclina
Quem, longe d'ella, dôr contínua rala...
Se n'essa essencia, mãi! que a flôr exhala
Na essencia d'uma flôr d'essa collina,
Vês lagrimas d'amor que dentro a mina,
Com saudades de quem do céo lhe falla:
Se quando, o céo buscando, o fumo ondeia,
Quando esse valle o sol deixa indeciso,
Vês como fumo e flôr aspira, anceia
Um pai, um Deus, um céo, um paraiso,
Ah! tendo eu tudo, tudo, em minha aldeia,
Vê tu se labio meu desfolha um riso!
Coimbra.
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