Mudaste...

a cor do meu céu...
quando o pintaste com os teus sonhos,
fizeste do teu olhar o luar
que elucida as minhas noites...
pelas tuas mãos recebi as madrugadas
no meu corpo e
dei-me às manhãs anunciadas
do teu desejo...

flutuei sobre a claridade do dia,
inspirada nos teus lábios,
que sussurrando delírios
me iam arrastando para a delinquência...
o nosso cheiro disperso pelo ar,

aromatizava a cumplicidade
que brotava das paredes
que nos davam guarida e que envergonhadas,
assistiam ao nosso amor!

A luz usurpadora que rompia pelas fendas da janela,
revelava-nos um ao outro,
como se nunca o tivesse feito antes...
olhávamo-nos, cobiçávamo-nos,
como se da primeira vez se tratasse...
eu sentia a robustez da tua expressão
a chamar-me,

e tudo o que queria era ter-te novamente em mim...
sem cerimonia vieste encostar o teu desejo ao meu,
e entramos pelo meio do dia,
alimentados apenas do nosso sôfrego prazer!
 

Ártemis
 

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