Náusea (memória a Sartre)

Rostos absurdos olham por sob sombras imperfeitas
À captura do erro perdido numa imagem acolhida,
Há muito ausente.

Anos vão e não voltam,
Doces melodias a volitar em caos,
Disforme na desordem,
Rosto decente a romper-se em chavelhos diabólicos.
Dama tempória
Tocada como cordas de violão desafinado.
Somo campos mortos nas esquinas vivas,
Palavras temporãs
Para que próximos as têmperas
Pousam breves brisas poéticas.

Overdose no peito do meu herói presto,
Que zombou de deus e do diabo
Beijando ambos basbaques nas faces,
Caminhando juntos pela existência
Sem sono dum simples topo de queixo.

Incomodam minha vida todas as vidas
E houve quem amou sem beijo
O toque amargo da serpente verde
Vinda das brechas de outonos úmidos
Com torrentes.

Estava em sua pele fria
A escrita do meu nome sem rima.
Tarde demais para perdões falsos.
Se deleitamos com medo
É porque ferimos o nosso único amor,
A nossa alma não cadenciada nunca.

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