O COMPADRE SEXO E A COMADRE VIDA...

O COMPADRE SEXO E A COMADRE VIDA...

 

Lá vinha a comadre Vida: feliz e colorida, evoluindo, divertida e às vezes sofrida! Mas sempre desinibida...

O compadre Sexo cruzou na sua frente...

E a comadre:

Compadre quanto tempo, mas o senhor está cabisbaixo, parece preocupado!

Meio broxado!

 

Com a senhora comadre não escondo nada, somos velhos conhecidos...

Estou sem fazer nada até de madrugada!

Mas que isso compadre sem o senhor eu praticamente não existo!

Que isto?

Bem, (suspira profundo) minha amiga de várias datas, é a fofoca que me mata...

Maltrata e amolece, entristece...

 

 

Mas quem faria tanta fofoca contra o compadre?

Ó comadre Vida, a sua conhecida, aquela: rica, influente, eloqüente...

Excêntrica... Muitas vezes parece até demente!

Que a segue tanta gente, ela tam muita decisão... A comadre sabe:

A Dona Religião!

 

Sim! Sei sim... Meu compadre!

Esse tipo de coisa não fica no anonimato:

O senhor sabe, até inventou, um tal de Seu Celibato!

Nem me fale! Esse é o pior! Coisa horrível...

Isso tem que parar...

Ela parece que quer me matar!

 

Mas compadre Sexo me escute, vou lhe falar!

É praticamente impossível a ela contrariar ou questionar!

Vida, minha amiga minha comadre: pelo ar, pela respiração também se transmite doença, mas, a Religião não fala, não acusa a respiração? Pelo menos acho que não!

 

Já eu sou acusado...

Quase linchado, excomungado...

Às vezes ela finge que não existo: me sinto um pobre coitado...

Abandonado!

 

Calma! Compadre! Vamos!

Motiva-te... Levanta-te... Endureça-te...

A senhora fala assim, me perdoa, mas falar é fácil!

Como lhe falei: me sinto abandonado!

 

Já sei, vamos falar com a irmã mais nova dela, aquela a bela...

Uma moça com muita consciência, compenetrada, estudiosa: a senhorita Ciência!

Doutora senhorita! Bonita...

Mas será que ela pode me ajudar?

Sim, sim: ela terá algo a lhe receitar!

Vamos lá...

 

Senhor Sexo:

Aqui está: um comprimido algum tempo antes... O Senhor compreendeu?

Sim Doutora senhorita!

Mas, que bela periquita!

Não! Não é periquita, é uma arara Senhor Sexo!

 

O Senhor precisa de um doutor dos olhos!

Fazer exercícios, se alimentar corretamente, tomar esse comprimido, e assim será tudo diferente... Tente!

Sim Doutora Senhorita, mas ainda acho que é uma periquita...

 

Pouco tempo depois:

 

Lá vinha a comadre Vida: feliz e colorida, evoluindo, divertida e às vezes sofrida! Mas sempre desinibida...

O compadre Sexo cruzou na sua frente...

E a comadre:

Compadre! Quanto tempo? Compadre... O senhor está lindo, parece feliz e motivado... Mudado!

 

Bom dia comadre, digo, Vida... Digo VOCÊ (posso chamá-la assim?)...

Claro que sim! Chame-me do que VOCÊ quiser...

VOCÊ tem algum compromisso hoje à noite?

Não! O que faria eu, a Vida, sem o Sexo? Desde aquele dia eu lhe espero:

Meu prazer, quer dizer, meu sentimento é sincero... Eu lhe quero!

 

Assim os dois continuaram... Caminhando...

De mãos dadas, bonitos e sorridentes, enchendo o mundo de gente...

Gente e mais gente! Bilhão e mais bilhão...

E a Dona Religião?

Até hoje debate com o Seu Celibato...

Sem nem pegar na mão, sem beijinho, nenhum contato!

 

Excomungando o mundo...

Acusando e condenando...

Mandando para o inferno...

Tudo de ingrato!

Fato!