O desejo

O desejo

 

Deixaste

na macieza

da epiderme

teu rasto e aroma

 

sem o calor

do cio que te

escorre dos ossos.

 

Sem palavras

acendeste um poema

na minha pele intacta

ávida de calor.

 

Na vertigem das vozes

que ecoam

em cada dobra

dos teus seios

deixaste resplandecer um clarão

que mostrou

a lucidez do meu desejo.

 

Sedenta

uma borboleta

veio saborear

o pólen que jorrava

dos corpos entrelaçados

 

e poisou

na efémera lascívia

que atravessava os corpos.

 

batista_oliveira - (2016)

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