O LAGO FURNAS

O LAGO FURNAS

Há uns olhos que me recordam o lago de Furnas,
a primeira vez que os vi pareciam de cor verde.
Esse lago, eu o encontrei seguindo a trajetória do rio Sapucaí:
eu procurava a andorinha que se esconde em Minas Gerais.
Naquela manhã de verão, o rio levou-me a Furnas
e encontrei uma mulher dentro do lago,
somente a água cobria seu corpo desnudo.
Ela olhou para mim e seus olhos, através da água,
se viam verdes como a água.
Confesso que meus olhos castanhos se encheram de desejo
ao descobrir sob o lago as formas de seu corpo.
Então ela me convidou a entrar no lago
e ao tocar o corpo dessa mulher sob a água verde
eu lhe dei um beijo longo e profundo,
penso que mais profundo que o mesmo lago,
ela sentia em seus lábios o meu desejo
e sentia meu corpo de raça de bronze quente como o verão,
entre nossos corpos não havia espaço:
nos transformamos em um só corpo,
flutuando no lago de Furnas.
Rapidamento o céu se cubriu de nuvens cinzentas
e começou a chover,
vi, então, que a água do lago tomou uma cor azul
e ela me disse: "seus olhos parecem de cor azul".
oi então que meus olhos se encheram de lágrimas
ao recordar a mineira que tanto amava,
a mineira que é uma mulher que se transformou em andorinha
e que veio à minha terra asteca e levou meu coração.
a Estrela do Sul me deixou, escondeu no Amazonas o meu coração.
Logo, ao mirá-la novamente, descobri que aquela mulher que vi de olhos verdes
na realidade era andorinha feita mulher novamente,
que me fazia ver que há duas cores em minha alma:
o verde de um lago artificial que fez morrer dois rios
que já não chegam ao mar,
e o azul dos olhos da mineira que tanto amo
e que escondeu meu coração, condenando, assim, minha alma.

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