OS OLHOS DA PRINCESA DE TARTESOS
OS OLHOS DA PRINCESA DE TARTESOS
Teus olhos, são teus olhos os que quero ver
a cada manhã, ao meio-dia,
pela tarde e ao anoitecer,
toda vida ver teus olhos, a cada dia.
Encontrei-te no campo de Jaén,
estavas contemplando um ramo de flores.
No caminho para Córdoba me perdi e cheguei ao campo de Jaén
e vi em teus olhos o reflexo das flores.
Para não assustar-te murmurei:
Mulher, dize-me que caminho me leva à Plaza de Toros de los Tejares.
Teus olhos se voltaram para os meus, assustada.
E ao ver-me vestido de toureiro, gritaste: Olé! e atirou para mim o ramo de flores que trazias.
Foi quando pude ver teus olhos, cheios de luz,
soltei meu capote para tomar tuas mãos
para assim aproximar-me a ver teus olhos cheios de luz.
Então, disse, murmurando:
Bendita seja a luz dos teus olhos.
Tu miravas meus olhos e eu mirava os teus...
Soltei tuas mãos, peguei meu capote, tomei nos braços as flores e fui caminhando...
Sobre o meu cavalo, pude recordar o caminho
que leva à Plaza de Toros de los Tejares
e para lá fui, a cumprir com meu destino.
Sempre recordava o reflexo das flores em teus olhos.
Quando seguia, a caminho da Plaza de Toros de Goya,
Decidi passar pelos campos de Jaén
onde deixei meu capote para fazer um ramo de flores
um ramo como aquele que Francisco de Goya havia pintado.
Encontrei-te novamente e miravas ao longe o horizonte de Jaén,
já não houve murmúrios
porque compreendi que esperavas por mim
quando vi o teu olhar, quando mirei os olhos teus...
Entreguei a ti as flores que trazia comigo
e compreendi que me amavas.
Levei-te, então, comigo, em meu cavalo,
seguindo sempre pelos caminhos.
Eu, a cumprir com meu destino
e tu sempre a acompanhar-me
vendo o meu ofício nas Plazas de Toros.
Teus olhos, são teus olhos os que quero ver
a cada manhã, ao meio-dia,
pela tarde e ao anoitecer...
Por toda vida quero ver teus olhos,
por toda vida,
a cada dia...
( Autor: Juan Manuel Pérez Rosales)