As Palavras Não Amam

Peço perdão

Pois as palavras – falsas amigas -

Não sentem,

Não amam

E nada sabem.

 

É impossível expressar o amor,

É impossível definir a felicidade,

É impossível traduzir o que significa

Estar contigo

E ser parte de alguém tão especial

Criado a partir do bom humor de Deus

Na hora ideal

E com a soberania da perfeição.

 

Só sei que te amar

É o meu alimento cotidiano;

Te querer

É tudo o que sei fazer.

Pois meu mundo gira em torno do teu Sol;

Minha noite só acontece com tua estrela;

Só respiro teu ar

E minha liberdade é estar preso a ti.

 

Mas, mesmo assim,

Isso é nada

Pois as palavras – inúteis e fúteis -

Não sabem dizer

Como, nem quanto, te amo

E o que sinto é tão imenso

Que não cabe todo em mim.

E assim eu preciso

Depositar tudo em ti

Porque amor guardado

É amor perdido

E o amor repartido

Aumenta a cada instante

 

Como o meu por ti

Que, de tanto,

Não acaba nunca

- Ainda que não existam mais palavras.

 

Vai, leva tudo embora!

Que de amor me acabo,

Quando também acabam

As palavras

Que nunca sabem amar.

 

Guarda contigo, ao menos,

As palavras, se,

Para ti

Também o amor

For muito grande

E em ti não houver

Espaço para estocá-lo.

 

Rodrigo Dias

(in: Poesias de Família")

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