Passeio de infância.

Era tarde ou manhã

Já não sei mais

Havia sol, quentura, ovos fritos no asfalto

o estouro das bolhas dos pés.

Caminhando pelas ruas da cidade por vezes transitada
Perto de onde morava não estava eu
Distância.
Foram quilômetros pedalados
Não contive a memória
chuva, ar, passagens, vida.
Lembrei-me das voltas
As das viagens
Tristes essas
Frustrantes os retrocessos dos meses extasiantes
Como meu coração chorava ao retornar pra casa
Duro é o passado
No entanto, ele nos ensina demasiadamente
Experiência muita
Assim, conhecemos a saudade
Que vontade de retomar o tempo
Engolir água naquele mar
Pular na cachoeira
Nadar o nado daquele rio
Correr, andar, voar com meus avós
Sujar os chinelos nos barros
Infância.
Ah, a minha...
Espero um dia que voltar
Torne-se como os rodopios de bicicleta
A gente sofre tanto subindo o morro
Mas é só voltando que se sente o alívio da descida.

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