PELAS RUAS DE SÃO PAULO

PELAS RUAS DE SÃO PAULO

 

Quando estás a caminhar pelas ruas de São Paulo

eu sou aquele que te segue.

Acompanha-te o sol, o qual brilha mais e mais

para ver a tua pele morena.

Logo, chega o vento do oeste que brinca com teu vestido

e também com teu cabelo.

Então, o sol se mostra ciumento

e o vento se faz meu amigo e cumpre os meus desejos.

Quando te sigo,

e vejo como teu cabelo desliza por teus ombros e por teu pescoço,

me ponho a imaginar que teus cabelos

são como os dedos de minhas mãos.

Quando caminho pela rua Vinte e Três de Maio,

enquanto o vento te persegue,

vejo o movimento de suas cadeiras,

e vejo como o vento enreda teu cabelo em teu pescoço.

Usas um vestido amarelo com flores azuis

e o sol, lá do alto, te vê e te persegue

e o vento, que sabe do meu desejo,

levanta a tua saia

e me deixa ver tuas pernas morenas.

Logo, o sol, com ciúmes, brilha mais forte

e não me deixa ver...

cubro meus olhos com minhas mãos

e murmuro teu nome: Maía...

o vento leva o eco de minha voz,

já sabes que te amo.

Continuas a caminhar, sorris,

já sabes o que viram meus olhos

e sabes também que te desejo.

Nesse momento o sol se esconde,

cheio de ciúmes,

tu estende a mim tuas mãos,

me cumprimenta

e eu corro em tua direção

porque quero dar-te um beijo.

Mas agora é o vento

que fica enciumado

e cobre tua boca com teu próprio cabelo.

Tu me olhas e fala: vem, caminha comigo pela rua Nove de Julho.

Eu beijo tuas mãos e respondo que quero caminhar

pela Avenida Paulista e ir para o Parque Ibirapuera.

Então, juntos vamos caminhando pelas ruas de São Paulo,

estás segura em minhas mãos.

Gostas de olhar o edifício do Teatro Municipal

enquanto eu aprecio ver o Obelisco, no Ibirapuera.

Em nosso caminho compro para ti uma rosa vermelha, fresca,

então tu me beijas e deixas que eu te ame.

O sol se esconde atrás de uma nuvem

e o vento segue, brincando com teu vestido e com teu cabelo.

Eu me sinto orgulhoso de caminhar com minha negra

pelas ruas de São Paulo.

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