POESIA-rio / POESIA-ponte
#escritapoética #metalinguagem #expressividade
Mais que mera expressão intelecto/literária, a poesia é o fio do sabre que deduz do abutre o mais sublime azul (segundo Adão Ventura -poeta mineiro- em seu incrível livro “Abrir-se um abutre ou mesmo depois de deduzir dele o azul” (publicado no século passado, quando então, eu me debutava na solene arte da escrita literária...).
A poesia desintegra partículas, formula postulados, distribui benesses, e condensa em palavras o conteúdo da matéria anímica.
Como a química -e a alquimia- ela metaboliza o verbo, em insólita transmutação.
Ela propõe, ela sugere, ela abre. Ela jamais impõe. Jamais fecha.
Apaga incêndios, dirime fobias, cura males inúmeros, e restaura o que foi subtraído da alma...
Ela compõe elegias e sinfonias, e delega ao homem, o poder de sincronizar-se na conjugação do seu próprio coração.
A poesia agrupa o que dispersou, reúne o que separou, e relata uma inexprimível verdade, em versos não tão controversos assim...
Não é concessão, nem dádiva, nem permissão. È merecimento que transcende toda justificativa...
É passado, futuro , e “nuvem”, embora seja, eternamente, linguagem do efêmero tempo presente.
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