A Procissão

Nascem petalas nas costas do tempo
gritos de cor queimam socalcos do chão
em piruetas de sonhos cala-se o lamento
murmurado nos passos lentos da procissão.

Os rostos escondidos sob o véu do medo
criam sombras bailarinas à luz das velas
olham os céus e pedem-Lhe segredo
erguem os corpos sobre o peso das mazelas

Misturam nas lagrimas as tintas da vida
e pedem por si e pelos outros que não estão
pedidos pequenos de esperança perdida
pisam sem pressa os socalcos do chão

Acompanha a lua o lento cortejo de negro
nas ruas brancas tão cheias de passos
levam nas mãos alvas o sonho partilhado
envolvem-se as almas em eternos abraços.

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