Quando Deus e o Diabo Dançam

Entre Ásculo e o sal próprio à Taprobana,
Um corvo na penumbra que remonta     
Ao lúgubre, insalubre da reponta,
Num tecto falso fiado a filigrana.

Volteia a valsa entre pírrica e cadmeana,
Como se em Lynch, a heurística desponta.
Na bandeja, a cabeça salda a conta
Que jamais La Palisse olvida ou sana.

Dança na iniquidade como afim
O "Ignoto Deo"* em abjurado desacerto    
Voa entre Dagom e "The Waste Land"** passim,
                                                                                               
Everte a fé em exício, arrepio incerto.
Freme a perplexidade: qual malsim,
O antitético almo é álgido deserto.

[* GARRETT, Almeida "Folhas Caídas" (1853)
**  ELIOT, T. S. "The Waste Land" (1922)]

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