Quando o amor acontece...
Chegas sem aviso,
vens por onde já não te espero,
vestido de um tempo que a saudade matou...
desventras-me as emoções,
e eu em promessas e fascínios me doo,
flutuas sobre os véus da minha alma,
e sem que te peça
dás-me de provar o teu veneno,
que me mata pouco a pouco
de tanto querer viver-te...
algemo-me a ti no abismo dos abraços,
na tormenta dos beijos,
no quebranto do olhar...
tu conheces-me mas eu de ti nada sei,
sinto-te apenas...
na humildade do meu coração,
e na soberba da minha pele...
não te sei explicar...
nem falar de ti,
as palavras chegam secas à minha boca,
porque o meu sangue bebeu delas o teu sabor...
sou feita de ti,
erguida sobre a tua candura,
escrita no teu poema,
pintada pela tua ilusão,
sou o que fizeste de mim...
ser indefinido, existência de um só sentir,
quando as vontades
se misturam na aguarela da vida...
Tenho-te em mim,
não te pergunto...
nem te respondo,
silencio-te...
revelo-te somente nas sombras
da minha esperança,
se de ti quiserem saber...direi apenas o teu nome,
que a ferro e fogo
foi esculpido no meu coração...
chamo-te Amor...
porque é assim que todos te conhecem!
Ártemis