REFÉM DO TEU CORPO, SENHOR DA TUA CANÇÃO

Se o teu olhar dita o tom do meu dia 
À noite, propositalmente vario vigorosamente o meu compasso
Pra fazer da minha inesgotável caçadora
A desconcertada e devassável camaleoa.
 
Experimentalismo revelador de uma realeza incomparável
Que desafia qualquer convenção pragmática;
Intensidade materializada em desejo
A cada nova e vigorosa cruzada.
 
Na profundidade que minha boca explora
Augúrios que mais e mais me estimulam
Fogo que não cessa, só efervesce.
 
Desavergonhada intuição que me transborda
À face, um misto de desafio e lucidez
Refém do teu corpo, senhor da tua canção.
 
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