Ritual

               Ritual

 

Ao longe, envolto em denso nevoeiro,

Vagueia sem descanso um negro vulto.

Dobra-se e arqueia, num estranho culto !

Caminha sem descanso, no chão terreiro.

 

Na ânsia de enlaçar o mundo inteiro,

Abre os braços e prega do seu púlpito.

Clama ao céu um grito...ou surdo insulto!?

Erguendo as mãos, num gesto derradeiro.

 

Veio a chuva...e o frio... Não o quebrou.

Nem mesmo a indiferença o afetou

Em seu propósito espiritual.

 

A noite  ia chegando, lentamente.

Ele  continuava ,calmamente,

Cativo, em seu estranho ritual.

 

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