ROSA E ROSAS
Autor: João de Deus on Thursday, 15 November 2012
A Rosa trouxe-me rosas
E nada mais natural,
Mas eu prendas tão mimosas
É que não tenho; inda mal.
Quando tinha, se me désse,
Não digo mais que uma flôr,
Talvez de flôres lhe enchesse
Esses cofrinhos d'amor.
Aguas passadas, Rosinha!
Deixal-o; veja se vê
N'este chão que já foi vinha
Coisa que ainda se dê.
Veja e escolha. Está na mesa
O que ha em casa; é tirar
--Tirar com toda a franqueza;
Inda hão-de espinhos sobrar.
Mas se espinhos, mas se abrolhos
Lhe não agradam, amor!
Mire-se bem nos meus olhos,
Que ha-de ahi vêr... uma flôr.
Evora.
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