Sem título

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Olhei-te e amei-te logo ali, mas disse talvez nunca te chegue a amar. Escrevi cadernos inteiros de poemas, poemas inteiros de folhas em branco. Nunca usei sinais de pontuação, até as vírgulas me metiam medo. Olhei para ti e nunca mais o mundo parou. Tremo das pernas e quase a cair só tenho a morte para me amparar. Talvez seja o peso da eternidade. Eu disse que queria ir devagar e que até te podia amar e depois de encontrar o teu corpo no meu deixar-te de amar sem mais nem menos. Olhei para ti e continuo a olhar. O amor é simples. Sempre que me distraio, apareces no meu pensamento. Fico a teus pés sem promessas. Já desisti de encontrar a perfeição das tuas imperfeições, acho que Deus acontece e deixa de ser os outros. Nunca te disse o quanto te amo, meu amor. Talvez me venha a arrepender. Só consigo dizer meu amor e rir-me de forma estúpida. Tu sabes que odeio eufemismos, não sabes?

 
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