Senhora! a todas as novenas ides

    Senhora! a todas as novenas ides,
    E porque vós lá ides, vou tambem.
    É um descanço sem par ás minhas lides,
    Aos meus males, e em summa faz-me bem.

    Essas graças que tendes (vós sorrides?)
    Só nas flôres as vejo, em mais ninguem.
    Se o vosso corpo é magro como as vides,
    Os cachos d'uvas que o cabello tem!

    Fazeis-me andar n'uma continua roda,
    Pelas igrejas da cidade toda,
    S. Luiz de França, Encarnação e mais.

    Senhora! assim commigo em beato dais,
    Faço-me frade e vou para um convento...
    E adeus! que lá se vae o cazamento!

Lisboa, janeiro, 1897.

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