Silhuetas

 

Corpos desenhados na noite,
salpicando a escuridão...
tinta de amor que escorre
pelas fendas do coração...
 
Silhuetas se desdobram
em profundos labirintos
deixando o desejo solto
entre levianos instintos...
 
Dos ventres delinquientes
jorra lânguida a paixão
molhando o desespero
das carnes em união...
 
Gemidos se misturam em beijos
das bocas a salivar
pelo prazer que espreita, 
a pele já a queimar...
 
Dá-se tudo e muito mais
em nome dessa loucura
que de tão bem fazer
não queremos dela ter cura...
             
Que a noite se pinte de nós
como dela nós nos pintamos 
deixando silhuetas cravadas
nas madrugadas que adornamos...
 
" Ártemis"
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