Sob as garras do tempo

Sob as garras da noite a escuridão espeta
Suas unhas num breu quase defunto
Morre ali juntinho a este lamento tão adjunto
 
Sob as garras do silêncio uma farta solidão
Escova a memória sempre despenteada
Retendo na alma cada caricia fiel e patenteada
 
Sob as garras de uma gargalhada alteada
A manhã reverbera numa lassidão ali refastelada
Transfigurando uma lágrima caindo desenfreada
 
Sob as garras do tempo cada hora imerge falseada
Refina a liberdade que traquina, laqueia as trompas
A esta imensa saudade tão prenhe…tão esfomeada
 
FC
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