Soneto Ditado na Agonia
                          
              
        Autor:  Bocage on Monday, 26 November 2012        
      
    
  
    
  
 
  
      
  
    
  
Já Bocage não sou!... À cova escura
	Meu estro vai parar desfeito em vento...
	Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
	Leve me torne sempre a terra dura;
	Conheço agora já quão vã figura,
	Em prosa e verso fez meu louco intento:
	Musa!... Tivera algum merecimento
	Se um raio da razão seguisse pura.
	Eu me arrependo; a língua quasi fria
	Brade em alto pregão à mocidade,
	Que atrás do som fantástico corria:
	Outro Aretino fui... a santidade
	Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
	Rasga meus versos, crê na eternidade!.
Bocage, in 'Rimas'
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