Sonhos de amor (perdidos)

 

Sonhos de amor

 

Já não restam sonhos de amor,

Apagaram-se com as luzes da alegria

As frases prosaicas  de revolta e dor

Tomaram conta do meu dia a dia

 

Como se fossem sanguessugas, tristes

pela traição vergonhosa  que sofreram

Os poemas envergonhados que remistes

Sucumbiram, devanearam, esvaeceram

 

As brincadeiras são murmúrios enfezados

Pelo que fizeram à vida destes desgraçados

Que mal se ouvem e se escondem na tristeza

 

No repúdio à vida, na existência triste

Avara no sentir, a ilusão persiste

Tentando na insónia, ver com clareza

 

José Augusto Moreiras

2012

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