Tanto Faz

Minha passagem será essa,
ser ausente de movimento,
zero acertos e erros vazios.
Um mero observador da vida,
na ótica difusa desistir antes
do tentar, patética situação
admoestada por mim.
Conformismo, desleixo,
são sinônimos d’alma perdida.
Não sei de nada da vida prática,
quem dera sobre ideologias.
Mas sei deixar a paixão literária
amar a vida, o coração pulsar
até enjoar, como o sol fervente
nas tardes de verão.

Se o propósito da vida é evoluir,
vou à contramão, não cresci e muito
menos desandei. Morri apático
provavelmente, caro leitor.
Algum dia isso será procurado,
meu trabalho, não como um diamante,
mas sim como um afago para almas
vazias; de sentido, de amor ou de
pulsão. Quem sabe isso te mude,
pessoa.
Pretensão, minha sombra carrega
a ideia de ser lida: a piada da noite.
Quem dera eu fosse alguma coisa
nessas linhas que percorrem seus
trilhos incertos, terminal por terminal,
o vazio preenche esse trem.

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