Te Amo

Se for dizer: “te amo”,

Tenha a certeza de que tua boca

Não se move sozinha,

Por vontade própria.

 

Quando disser “te amo”

Sinta o teu coração pular

Impulsionado pela verdade

De cada uma dessas letras.

 

Nunca diga “te amo”

Por telefone ou pela internet

Mas olhe bem olhado para a pessoa,

Para que não se torne uma coisa vaga.

 

Não tenha pressa de dizer “te amo”,

Mas tenha urgência!

Pois sempre temos urgência de ouvir;

Não deixe se tornar corriqueiro.

 

Sempre pense em “eu te amo”

Como uma oração profana

Pois quem a gente ama

Assume ares de deus.

 

Faça do “eu te amo”

Uma celebração, uma liturgia

Ao meio-dia, no meio da rua;

À meia-noite, no meio da cama.

 

Lembre-se: “eu te amo”

Serve para o outro, não para ti;

Cuidado ao entregá-lo, é frágil, perecível…

Entregue pessoalmente; certifique-se de ser recebido.

 

Nunca espere “eu te amo”!

Delicie-se sempre com a surpresa

Deguste com todo o prazer da alma

Como se fosse o último manjar.

 

Torne eterno o “eu te amo”!

Pois o tempo é o inverso do amor;

Quanto mais ele dura, mais este se consome.

E, um dia, teu amor existirá na memória

 

Tua, de amante, ator;

Do outro, de amado, coadjuvante;

Do mundo, de plateia extasiada

Do espetáculo “Eu te amo”.

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