Voltando a vida.

Volto,
envolto de tempo,
solto
da crise do momento.

Enquanto viajo
de costas para o destino
encontro o que acho
ilusão do vinho.

Já não sou pedaços,
sou um nó.
As minhas almas dão abraços,
eu prendo-me num só.

Mas não há fio, ou até aço,
que resista às manhas da personalidade
uma vez que tudo o que eu faço
é influenciado pela minha multiplicidade.

Sou um para uns
e outro para outros,
características comuns
que encontro
com o meu reencontro.

Percebo também
que, atado,
tenho uma personalidade mãe,
mas sou influenciado.

Podem achar que isto foi copiado,
é ao que soa.
Mas eu sou inventado,
apenas inspirado,
bem diferente de qualquer pessoa.

Não o digo por me achar superior,
mas sim porque não quero ser achado inferior.

A viagem chega ao fim,
com ele volto à prisão do momento.
Já não sou apenas eu em mim,
e sou-o sem o meu consentimento.

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Comentários

Voltaste, com a garra de um vencedor! O teu poema vai entrar no grupo dos 50.

Força,um abraço forte deste velho amigo

João Murty

 

Obrigado bom velho amigo :)

Estás na antologia.

Um abraço,

João Murty