Sonhos de Abril

Este poema é dedicado á poetisa Artemis, que transporta na sua alma um grande sentido de justiça e solidariedade.

SONHOS DE ABRIL

Tristeza que corrói a alma e me enche de rugas o rosto
Profundas, vincadas pela ansiedade, pelo desejo de gritar
De dizer não quero, por lutar e sentir desgosto
Por chorar por um Abril que não vejo, que tarda a chegar
Por um Portugal diferente. Que não seja adulterado
Por governantes políticos, sem alma e sem soluções
Por um País de promessas, corrompido, queimado
Conspurcado por ganâncias, manietado por obsessões.

Sinto neste silêncio podre, místico como a morte
O vento do descontentamento e o som da agonia
Gélido, cortante, permanente, rodopiando sem norte
Sugando a identidade, matando a alma da harmonia.
Comendo nas entranhas a nobreza e a memória
De um povo que tem garra que tem raça
Apagando a herança dos sinais fortes da história
De quem foi forte de quem tem credo de quem tem casta.

Agora um grito de revolta na minha alma ardente
Escorrido, como água por entre o rochedo da razão
Num doce eco fluido que se prolonga permanente
Neste corpo curvado cansado da espera e de solidão.
Sinto o meu coração elanguescido fundir-se na saudade
Daqueles momentos vividos no prelúdio da incerteza
Resgatados na coragem dos capitães que fizeram a liberdade
De armas e cravos na mão honraram e cantaram a Portuguesa.

Quero afastar esta tristeza, que me invade a alma
Quero dormir embriagado pelo doce sabor da ilusão
Daquela noite diferente, inquieta, livre e calma
Deram cores aos sonhos deram corpos e almas à razão.
Abril dos cravos de cores mais viva nessa primavera.
Sofreste, crescestes por entre estertores moribundos
Ergue-te e sai de novo à rua e grita pela voz do povo
Para que o sonho não seja turvo e a esperança, uma quimera.

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Comentários

Para todos os que visitam este poema. Não obstante, o mesmo se enquadrar no rótulo "Intervenção", integrei-o no "Dedicação", pelas razões supra referidas "Ártemenis"

 

Fico até sem palavras, porque estas embora lhes tenha respeito, não conseguirão nunca exprimir as emoções na sua plenitude...talvez ainda bem que assim seja, é bom ficar sempre algo por dizer...algo por acrescentar ao tanto que se sente!

Portugal, Portugal...meu pais amado, de orgulhos de outrorá mas que hoje vive envergonhado...

Linda homeagem José, saiba que adorei o seu poema...sabe a verdade e não há no mundo gosto melhor que esse...

Sabe também ao le-lo, a terra...a esta terra tão cobiçada mas hoje tão esquecida por aqueles que nunca a deviam esquecer...lembremos nós que ainda no peito nos arde as glorias, o sangue daqueles que um dia sonharam e por isso morreram...

Falemos nós do Amor que temos a este pedaço de chão...por este mar que beija a saudade que tão bem conhece...Falemos nós, sim, de nós mesmos...da alma carregada de viriatos, de henriques,e de outros mais, que tanto querer tiveram por esta terra esculpida a punho, e tatuada por lágrimas de viuvas, de filhos orfãos e de mães a quem lhes foi arrancado o ventre a sangue frio!

Obrigada José por me ter dedicado tão belo poema...não sou ninguem...mas trago em mim o mundo todo!

Bem haja...por ser quem é

Abraço sentido,

Ártemis

Fico feliz por ter gostado,

Saúde e que o próximo ano seja venturoso para os seus desejos e projetos.

Cumprimetos,

J.M.B.

Obrigada por dedicar este poema à Artemis! Eu à considero como filha!

Temos uma amizade além, de uma simples amizade!

Ela me chama de mamis e eu; à chamo  minha  filha!

Obrigada!

Beijos!

Doce Madalena, mesmo à distancia, consegui juntar á minha amizade virtual, meia duzia de almas nobres. Mas à uma que me preocupa, por aquilo que me é dado a ler nos seus poemas. Refiro-me ao "miudo" Manuel Correia.

O que escreve (é de alguém que atravessa um mau bocado), insere momentos depressivos, dá a sensação que está à beira de um precipicio.

Sempre que posso, vou ler os seus  poemas e tento fazer um comentário no sentido de alavancar a sua autoestima.

Obrigada por pensar assim! Ele está realmente passando por dificuldades!

É bom nós ajudarmos, pelo menos nos comentários!

abraços!

Estamos numa época (natalicia), em que o pensamento desperta um olha rmais atento para a desgraça alheia, fluindo o valor  da solidariedade.

Com pequenas gotas, surgiram oceanos. De  pequenos grãos de areia, surgiram desertos. Também em termos de solidariedade a boa vontade de cada um de nós, poderá abrir alguns sorrisos, contribuindo para a diferença.

Um pequeno gesto, pode mudar muitas coisas!

Abraços para si!

Bem haja!

Poetisa da palavras doces, acabei de ler o poema que o miudo M. Correia, acabou de expor e pelo que está escrito, a toada e respetiva "carga" é diferente (aparenta ter ultrapassado o momento menos bom), o que me deixa mais tranquilo.

De qualquer forma dei-lhe a sugestão para interajir com os colegas do site (ler poemas, tecer comentários, pedir amizade).

Um beijinho para si.

 

Eu tenho certeza que será muito bom, se ele juntar-se à nós!

Isso aqui é uma bênçao!

Abraços!

Obrigada pelo carinho...das "Palavras doces"

Democracia... por onde andas? Ironia das ironias, para o cumulo só falta a velha máxima "se o povo está mal, muda-se o povo".

João Murty

" Se o  povo está mal muda-se o povo"

É isso aí!

Estava sentindo a tua falta e a força doçe das tuas palavras.

Vincula o velho refrão!

Gosto de ti, como daqui até á lua....

Gosto de ti, como da lua até aqui....

Um beijo

João Murty

 

 

Amo! Quando se fala na lua, no sol, eles são tão românticos,mesmo não podendo ficar juntos! Existe o eclípse, por um momento eles passam um pelo outro! Não é lindo isso?

Por isso  editei "O SOL E A LUA".

Beijos!

Grande poetisa, pois lá terei que ler o Sol e a Lua, viajar nas tuas palavras, e repousar no firmamento do teu olhar.

Bjs

Vai lá, pega "O SOL E A SUA'! E viaja nos meus poemas simples mas  existem por trás deles um  mistério tão grande que no momento não posso explicar!

beijos!

Poetisa doce, ainda não o li..... mas já fiz um poema para ti que emerge do sol e da lua.

Um bjs

Obrigada! Por tudooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Beijossssssssssssssss!!!

Parabéns!

Belo poema, uma dedicatória muito 

honrada e merecida.

Parabéns Ártemis vc é especial.

Fico feliz por ter gostado.

Um beijinho

 

Potugal e Ártemis... Tenho vontade conhecer à ambos!

Único país que tenho vontade conhecer é PORTUGAL!

Abraços!

Grande texto

estrondosamnente repleto

de verdade.

Devia ser entregue em mão

com aviso de recepção

a alguns que gerem este país

Um abraço

FC

Infelizmente é o que temos. A nossa (e não só) classe politica está consporcada! A ganância, a corrupção proliferera, é um "fartar vilanagem"  

Um abraço

Este poema merecia mais leituras.

muito assertivo e belo poema. Até que abril se cumpra, podemos esperar sentados.