Não sei o que é beleza

Nossa arte morreu faz tempo
O que sobrou são restos de desalento
Olho um quadro abstrato e vejo vômito
Regurgito o material do quadro insólito

Minha náusea faz parte da obra moderna
A barriga está fria, é a vontade que não se alterna
Excrementos da feiura compõe natureza-morta
A pífia subversão da beleza-morta
Deixaram no caixão velho uma mentira intelectual
Ou talvez eu seja apedeuta e não veja o novo normal?     

Não sei o que o é a beleza
Não sei ver as formas da pureza
Talvez você não enxergue também
Talvez seus olhos foram tampados com um ‘’além’’
Um dia a essência das coisas se mostre à tona
Até lá, pulemos de cabeça no kaliyuga atoa

O que resta ao poeta ao se autocontemplar?
A caneta é o canhão da verdade ao lutar
A pólvora: combustão que ilumina o céu
E a guerra: necessária, mas boa aos bêbados de fel  
  

 

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Comentários

Quanta verdade há em tão cruas palavras...

 

Às vezes me pergunto se há apenas preguiça ou se a arte e o bleo entraram mesmo em extinção

Preguiça, sem dúvidas. Para quem enxerga a beleza, ela nunca morrerá.