De Salpico em Salpico . . .

 

Salpicam-me memórias,

saudades sem vergonha.

 

Libertam-me na fresquidão acalorada,

autorizando ousadias escondidas.

 

Em cada assomo de nós

 pingos inundam corpos inflamados.

 

Tu e eu,

entidade num todo.

 

Sou chama, 

labareda salpicada em forma de centelha.

 

És lume,

ateado na fusão de orvalho derramado.

 

Salpicos quentes,

de labaredas suadas pelo amor que se fez.

 

Em paixão sem noite

salpicas a madeira que sou eu.

 

Incendeio o carvão,

em que te consumiste.

 

Água e Fogo,

inflamam-nos em supremas gotículas.

 

Somos levados pelo vento,

na onda de salpicos sem mar.

 

Bailado onde tudo se esquece,

somos livres,

salpicados um no outro.

 
Género: 

Comentários

Os salpicos

da memória

são os capítulos

de cada história.

 

Saudações!

_Abilio.

Margarida Maria Dionísio Farinha's picture

Que bela forma de definir 'Salpicos'.

Obrigado pela partilha.

Uma noite poética!