O grito da Alma

Ontem à noite ouvi um grito
Ecoou em mim, partiu de mim
A minha alma chorou assim
Invejoso fruto de ser proscrito

Grito que o tudo provoca, tudo o que grito
Alma fugida de mim abandonada, de mim fugida Alma

Lamento deste sofredor que não conhece senão a dor
Que procura a paz mas sem nunca dela ser capaz
Que ainda assim escolhe a luz, entre as trevas sem fim
Que grita com a alma porque apenas assim acalma…

O animal que farejando vive agora deambulando
Pelas florestas verdes da esperança abandonada
Adamastor sempre errante, no cabo bojador
Moldando as marés da alma emprisionada

Mas e quando o gritar já também ele não chegar
Quanto tudo parecer que não vale mais viver
A isso não vou chegar, pois não quero abandonar
Ser cobarde e perder, não poder na vida mais crescer

O grito da Alma é o inicio
Do fim de tudo o que não é nada
Daquilo que escurece na noite iluminada
Da fome saciada, que dorme acordada
Do ego que energiza, renascido do nada
Procurando salvar da vida abandonada
A alma que bendita, suporta este suplicio

Felizmente tenho-te a ti, que és tudo para mim
O grito cala-se agora por fim, mudo pelo amor
Que estancou humildemente a pomposa dor
Que me trouxe um pouco de paz, até que enfim!

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Comentários

Grande poeta;
BELÍSSIMO POEMA, DE VERSOS INTENSOS E DE GRANDE CONTEÚDO EXISTENCIAL...A ALMA GRITA EM POESIA
O grito da Alma é o inicio
Do fim de tudo o que não é nada
Daquilo que escurece na noite iluminada
Da fome saciada, que dorme acordada
Do ego que energiza, renascido do nada
Procurando salvar da vida abandonada
A alma que bendita, suporta este suplicio
 
Abraços
Vera Helena, 

Muito obrigado Vera Helena

Fico sensibilizado pela sua resposta e agradeço os elogios que são até em demasia, de uma colega que também é versada na arte da Poesia.

Que a sua alma grite mas apenas de harmonia e alegria

 

Saudações poétcas,

P'lo Jomad do Sado ,António Madeira

 

O GRITO DA ALMA SE ACALMA, MEDIANTE LAMENTO  TEU, MEU...A PAZ VEM;

CLAMANDO À DEUS!

Muito lhe agradeço, Madalena, pela suas palavras ideais que poderiam para este poema ser um dos seus mais belos finais, senão mesmo um dos mais originais.

 

Saudações Poéticas,

P'lo Jomad'o Sado, António Madeira