Ser Português...

                                 

Trago ancorado no peito               Brando céu que te afaga
vestido de sol e mar                       sol que beija sem queimar
um orgulho pintado                      as flores que nos teus campos nascem
de cores por explicar,                    e que te querem namorar,

Sem saber o que me invade          Pelos quatro cantos do mundo
navego por entre o sal                  ouço a tua palavra soar
desse mar de saudade                   da boca a quem deste a vida
que se chama, Portugal.              e que sonha p'ra ti voltar,

Sou prisioneira do tempo            Tens impregnado em ti
de um passado que dança            o doce sabor da solidão
ao som da história de um povo    hoje és triste e esquecido
que ao mundo deu esperança,     vives apenas de ilusão.

Das tuas serras e montes              Amar-te é carregar comigo
rasga o silêncio, a voz                  o sangue da luta e da dor
das águas que correm serenas     daqueles que por ti caíram
desde a nascente à foz,                 e que te circundaram de esplendor,

Doce são os teus caminhos         Cessar em teus braços, eu quero,
traçados pelo cansaço                  quando a minha hora chegar
das mãos rudes mas sinceras       porque ser Português é ter,
que te acolhem em seu regaço.   alma e poder voar.

*** Ártemis ***
 

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Comentários

senti-me voar,

enrolado nessa bandeira

de um povo mártir e guerreiro...

que será para sempre audaz,

heroico e o primeiro...

Amar as nossas raizes é amar-nos a nós mesmos...

Portugal é a pele que trago vestida!

Poesia muito bela! Quando poderemos ver essas pérolas de beleza e lirismo em um livro?

Marcos,

um dia quem sabe terei a ousadia de publicar o livro...por agora os meus poemas são apenas folhas lançadas ao vento!

Ártemis

Bonito poema... É simples, mas sentido! Um bom retrato do saudosismo que se pode sentir por Portugal, país esse que é o meu e do qual eu gosto tanto!

Sê bem vindo à minha humilde escrita.

São simples sim as palavras, porque as que veem da alma não necessitam de complexidade.

Infelizmente todos os dias aumenta esse saudosismo que falas e bem, hoje olhamos para o nosso pais e quase já nem o reconhecemos, valha-nos as lembranças e a nossa sagrada história para nos voltarmos a encontrar com ele.

Obrigada por me leres,

Abraço

Ártemis