Pecados da carne...absolvição da alma...
Vinhas com cheiro de terra nas mãos...cheiro de gente...cheiro do mundo, eu trazia comigo a fé e a esperança no olhar, mas no corpo carregava a força da natureza tapada pelas vestes.
Senti a minha vida devassada desde o momento em que te vi, eu que sempre conseguira calar os ímpetos da minha pele, sentia agora os apelos da carne romperem-me a candura.
Desejei ser desejada...quis com todas as minhas forças que pelas tuas mãos eu conhecesse o pecado...e tu foste as labaredas do meu inferno terreno.
Quebramos a coerência da humanidade e por entre saliva e suor, castigamos a carne...mas absolvemos a alma...à medida que as tuas mãos conquistavam a minha ingenuidade tu aproximavas-te do divino e eu pelo deslizar dos teus dedos tornava-me mundana.
Tua boca, soube-me a redenção...a tua língua inquieta a castigo...o céu e o inferno pareceu-me ser um só, assim como nós, quando o teu corpo do meu fez morada.
Ofereceste-me o prazer...e eu dei-te a vontade que adormecia em mim...juntamos muito mais que um momento à vida...vivemos a vida num momento.
Partiste...e eu fiquei, escondida na tua pele...levaste-me contigo sem saberes e deixaste em mim a vontade de te voltar a ter...
Ártemis
Comentários
Ex-Ricardo
4ª, 23/01/2013 - 01:35
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Belíssimo!
Parabéns! Esta muito belo o que escreveste. Do melhor que li nos últimos tempos. Um abraço.
Ártemis
4ª, 23/01/2013 - 12:21
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Obrigada...
um abraço!
Nuno Lino
4ª, 23/01/2013 - 14:19
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Obrigado por este poema,estás
Obrigado por este poema,estás de parabens senti força e sensibilidade,mais uma vez obrigado!
Ártemis
4ª, 23/01/2013 - 14:54
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Eu é que agradeço...
a tua sensibilidade ao ler-me...
Luis Gomes
4ª, 14/05/2014 - 11:53
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Uma mensagem fantástica. Belo
Uma mensagem fantástica. Belo poema.
Madalena
Sáb, 24/05/2014 - 01:06
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Ártemis, filha minha... Erdou
Ártemis, filha minha... Erdou de mim? A saudade batendo assim! Belo poema!
Lindo!