Nas minhas ruas...

Autor: Ártemis on Saturday, 30 April 2016

As minhas ruas são assim,

feitas de empedrados,

com altos e baixos que me desconjuntam o corpo...

As minhas ruas são escuras,

sombrias a fazer pandan com a minha alma...

Não há candeeiros de esquina, nem putas a venderem a carne,

apenas o silêncio dos meus gritos mudos,

a roçarem-se pelas paredes...

Existem esgotos, por onde o passado rasteja,

parecendo ratazanas no cio,

consumido o presente e limitando o futuro...

As minhas ruas cheiram a sangue,

de tudo o que matei em mim,

a percorre-las...

 

Género: 
Desilusão

Comentários

Madalena

Sáb, 30/04/2016 - 16:00

Nossa! Magnífico!

Abraços princesa!

Ártemis

Sáb, 30/04/2016 - 18:30

Obrigada meu doce :-)

beijo no coração

Frederico De Castro

Dom, 01/05/2016 - 12:29

Magnifico texto num relato

sobre muitas das nossas "ruas" deste mundo

onde ainda em poesia solitáriamente percorremos

Abraço

FC

Ártemis

Dom, 01/05/2016 - 19:54

Tem muita razão do que diz...verdadeiramente sozinhos as percorremos...coisas que só a vida nos pode explicar meu amigo.

Obrigado pelas suas palavras

Abraço poetico

Henricabilio

Dom, 01/05/2016 - 20:00

cada um com as suas vias interiores:

nem sempre as retas levam a bom porto,

nem sempre as curvas são de tormenta.

-  em múltiplos trilhos segue a nossa vida,

e a poesia vem beber nas suas fontes.

 

Saudações para Peniche!

_Abílio Henriques;

Ártemis

2ª, 02/05/2016 - 10:29

Todos temos o nosso Fado, meu caro amigo...

e todos os poetas tem a sua sina traçada que é como dizes e bem bebem dos becos e ruelas desta vida, quando o sol lhes brilha ou quando a noite as rasga...

 

Abraço de Peniche

Ártemis

3ª, 03/05/2016 - 20:21

Não havia Maria, não haveria mesmo...

abraço poetico

Maria Simao Torres

4ª, 23/08/2017 - 16:44

Mas que lindo poema, as suas palavras...sinceras, não deixa por dizer e transparecem o verdadeiro e cru sentido da existência humana. Habitue-nos por favor aos seus textos! beijinhos :)