Amor

Eu seria um pouco cego

Eu seria um pouco cego, se depois de ter esperado por ti, naquele banco em que nos vimos pela primeira vez, onde não apareceste depois de teres jurado ao telefone seduzindo-me com a tua voz doce mas incerta, que era desta que me irias agarrar para sempre pondo uma pedra nas tuas duvidas em relação ao nosso amor, na tua cabeça movimentada pela imagem e marca registada, a tua humildade estava em mares nublosos.

Coração de manteiga

Que mal fez o meu filho, para ter nascido com tanto mal no seu corpo, veio ao mundo como se viesse de ambulância em grande velocidade, as sirenes soavam alertando a chegada de um prematuro, que mal fizeram os pais em tando desejarem um ser querido, uma flor tímida que corava pela primeira vez para o sol, umas gotas de água para as suas pétalas abrirem para o mundo, o seu sorriso é de um grande pequeno herói que nos leva pela sua corrente, as horas com ele são sempre gratificantes mesmo no tempo mais critico, ele é lindo é nosso filho é diferente seu corpo arde de explosão de energia, quente

Tu és a minha música

Tu és a minha musica
 
Poderia eu inventar
estas mal traçadas linhas
envolver-me na partitura de nós
juntar todas as melodias
nesta pauta inacabada
encantar de beleza simples as épocas
em que confidenciamos
enamorados
este musical comprometimento
sem despeito e falácias
apenas conquistanto pra nós
todo o tempo do mundo
repetindo lírico todos os dias
os mesmos trajetos e estrofes

Lágrimas de amor

Lágrimas de amor
 
A beleza toca todos os sentimentos 
e faz deles, mesmo os piores 
sempre inesperadamente loucos momentos
algo melhor para se apresentar 
aos olhos da vida apressada
e dos dias de amargura e solidão
as experiências acumuladas 
sussurram baixinho cabisbaixas
para que me encham o coração 
com a Divina bem-aventurança
e lágrimas repletas de superação e saber 
no sabor da intemperança

O monstro dos mil dias de chuva

Eu existo nos espaços vazios e respiro o silêncio, a inquietação.
Estou tão perto de ti como de qualquer um.
Eu não vejo pessoas.
Vejo vultos.
Rochas negras que caminham
E esperam pelo mar que as corroa
Enquanto eu vagueio nos cantos
Brincando com os deuses a rasgar cartas de amor
Que eu não compreendo
Vi a minha mãe no outro dia na multidão.
Estou tão perto dela como de qualquer um.
Talvez já não sinta nada por ela como por ninguém.

Eu estarei lá

Eu vou estar lá
 
Deixa-me ser feliz...assim como sou
tão perto ou longe daqui
ressuscita-me num lugar além-mar
sitiado no culminar dos nossos silêncios
entre esta sede e a calmaria
que nos sustenta
como promessa segura e nunca invejada
pois por muitos luares tristonhos que
o céu te ofereça,
eu estarei lá
raiando como teu sol
todos os dias, nenhum fictício
mas real, urgente

Tão forte

Tão forte
 
Algumas recordações
são como as  pétalas das rosas
que com o tempo 
se desfolham e caiem
inertes no solo, o mesmo solo
onde pisamos cada integridade contida
nos grãos de areia
quantas solidões teremos que sofrer
e depois sair de mãos dadas
com esperança contida na fé
por cumprir,íntegra,sóbria rendida
a tudo o que nos sacia e redime
qual sede de viver e amar
amando

Sopro de vida

Sopro de vida
 
Assim tão de repente
chegou a noite
envolta nos braços
dos teus braços, sem intervalos
nem cedências
ou soluços do teu corpo carente
apenas quis ser só teu exílio
exprimindo todo este olhar reíncidente
num sopro de vida
pelas palavras que nunca direi aqui
pois chegarei ávido a este concílio
onde somente nós e jamais outros
entrarão nesta imensa e casta
coexistência 

Resta

Resta
 
O que nos resta
sobrou na penitência do tempo
vivido,instável,demarcado
sem conivências, nem aparatos
resta, até tão pouco de nós
nas divergências dos minutos
por viver a um segundo por morrer
quando damos até mais corpulência
a este estado de emoções
Resta-nos enfim gratificar-nos
sem interferências magoadas
apenas resguardando toda
nossa inocência
ainda que desmedida

O dom da palavra

Penitência
 
Temos de conversar no silencio
aprimorarmo-nos sem reticências
ouvir suas vozes
e cheios de intento
daremos anuência
às necessidade prementes
de sentirmos todos
a mudança que se deu ao poente
tão indolente
quando calou minha eloquência
e sem proezas
no dom das palavras
porque todas são belas
ímpares, pujantes, latentes
até mesmo quando na despedida

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