Rosas da noite
Autor: Fabio R. Villela on Friday, 6 December 2013Permite-me a brisa, a janela aberta.
E esse frescor de chuva recém caída
espalha todos os orvalhos
Permite-me a brisa, a janela aberta.
E esse frescor de chuva recém caída
espalha todos os orvalhos
Ainda que teus braços me afagassem
E no clamor da valsa me afogasse
No lago que em teus olhos habita
Sabíamos que da janela se avistava
Uma tempestade que já se espreitava
Na ferida onde a guerra grita.
Ainda me pergunto por que partiu
Onde foste quando o céu era anil
Quando o canto das andorinhas ecoou
Na calada da noite a brisa beija
A folha do álamo que se esgueira
Na porta em que bateu e não voltou
Nas paredes descascadas do tempo
Sangro fel no monólogo com o vento
Poema dedicado à nossa "Flor Poética" Conceição Cordeiro
AMOR QUE NUNCA VI
Sonhos de amor de quem amou
Neste poema que te dou………
Marcados nos cumes de aéreos precipícios
Onde o sol reluz nas auréolas dos anjos
Refúgios de suavidade outrora assíduos
De fadas, musas e arcanjos.
Colhidas pelo vento e desbotadas pelos tempos
As frases de sons e ecos enfraquecidos
Rodopiam nos cumes brancos e amarelecidos
Falam de saudades, ilusões, lamentos
Amores, alegrias e maus momentos.
Amar é inato,
Dos fados é o fado.
Amar é visceral...
É ódio controlado.
Amar é nocivo,
Chega a ser especial,
Amar é sorrir-te
Quando só te quero fazer mal.
Amar é explosivo,
É ter ombro para dar,
Amar é beijar-te
Imaginando estrangular.
Amar é mediar,
Incandescente como uma brasa.
Amar é diariamente
A nossa própria faixa de Gaza.
Como te odeio às vezes!
Digo-to sem torpor…
Mas não ligues princesa…
O ódio é o novo amor…
No meio da noite
acomodo a metade
da insônia.
E sinto
a tua falta inteira.
Lá fora a chuva cai, e cá dentro?
A escuridão faz dela a música mais sombria.
E ela cai.
Ela cai sem parar, procura fugir da sua assombração.
A noite envolve-a numa nebulosidade intensa que a deixa sem ver.
Eu deixo de a ver também, mas sinto-a.
Efígie
Tua imagem não foge da minha mente,
Teu sorriso que de tão belo, brilha incandescente,
Seus bugalhos vorazes de cor fenomenal
Enleou-me o coração com tamanha emoção,
No âmago de meu ser vicejou uma canção
Que fez do meu mundo deveras desigual.
Queria tê-la somente por um minuto talvez
Tão bom seria que decerto requereria mais outra vez,
Di-la-ia o que sinto se fosse fácil a mim,
Exasperar-me-ia se fugiste de mim por ai
Seria um tolo se vivesse minha vida sem ti,
É um aperto que me dá e as lágrimas pela emoção não se conseguem conter. Não encontro palavras perfeitas face à tua perfeição!