Dedicado

GÉLSON MARQUES RODRIGUES

Filho de mecenas, pária sapiente
Teus olhos são estrelas luminosas
Que no céu tristonho se vão saudosas!
E deixa-nos um negrume plangente.

Tu deixaste em mim, poeta, um rumor
Do grande ermo um acalanto fagueiro,
A lembrança de quem se fez guerreiro
Oprimido por tanto dissabor.

Em cismar vejo entre as trevas do véu
Da senhora que te ofertou a glória,
Teus sonhos humildes de poviléu.

Acabou-se tua mágoa irrisória...
Enfim amigo, tu cantas no céu
E divaga augusto na minha memória.

À ATRIZ KERI RUSSELL

Aos teus pés hei de viver agora
E nada poderá me exilar
Do santuário de teu abraço.
Desde que conheci tua aurora,
De meu pensamento fiz teu lar,
Teu íntimo espaço.

À tua sombra de majestade
Não me importo com a escravidão,
Que me impõe teu soberano amor,
Porque teu nome é Felicidade
E vou gravá-lo em meu coração,
Qual um escultor.

SILÊNCIO E VOZES

SILÊNCIO E VOZES

Neste abismo de silêncio.
Deixa-me sepultar os nossos medos
Deixa-me sonhar junto de ti
Deixa-me sentir a doçura dos teus dedos.

E mesmo que despertes este meu pranto
Neste gesto de chorar que me enruga o rosto
Enche-me de calor com o teu corpo
Enxuga-me as lágrimas com o teu manto.

ESPIRITO DE UM HOMEN SÓ

ESPIRITO DE UM HOMEM SÓ

Homem só que pareces uma ilha neste universo
Não isoles essa alma triste no meio da multidão
Deixa-me levar-te nas letras deste meu verso
Segue-me e viaja seguro na minha mão.

Companheiro aqui estou, aqui estou para te ajudar
Pousa o fardo da saudade, suaviza o trilho do teu penar
E mesmo que esteja frio, parecendo que quer nevar
Junta-te ao lume comigo e agasalha-te no meu gibão
Fala-me de ti meu bom amigo, que eu também sei escutar.

A morte do menino poeta

A MORTE DO MENINO POETA

E tu menino, homem, poeta, de olhos cansados escutando os sons roucos, das palavras sem nexo nesta escrita de loucos, neste poema corrido, onde a perseverança é nublada por pensamentos vestidos de negro decantados na desilusão da espera e trajados em crepúsculos pálidos da incerteza. E as frases dos teus poemas jazem vencidas caídas varridas para esse abismo profundo de solidão. E a sorte, essa, amarga e profana até na morte, cai em mergulho profundo, asfixiando-se por entre ais e lamentos numa mortalha lírica coberta por aromas de cedro e de rosa.

Um mundo

Preciso de um mundo. Simples. Com algumas ruas,alguns parques,alguns bons livros.algumas musicas. Um mundo onde vc fique comigo.Pra sempre Preciso de um mundo onde nós rimos todo dia. Onde não haja brigas Um mundo onde possamos ficar a sós algum tempo um mundo onde não haja choro. Um mundo simples.Só eu e vc sem choro,sem brigas,sem raiva Só nós. Todos os dias,todas as horas.

Eterno anelo

Eu não sei o que quero
Na verdade, nem sei quem sou
Mas sei que nada neste mundo pode se tão belo
Tão belo quanto os teus olhos negros
Negros como a escuridão do nosso futuro
Como o universo quiescente
 
E o teu sorriso me deslumbra
Sou preso a ele e nada me desprende
As palavras voam ao vento
Mas nos meus ouvidos não chegam
Estou preso e não vejo
E o teu sorriso
É o sol da minha galáxia

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