SETEMBRO
Autor: Angela Caboz on Sunday, 26 October 2014olhei horizonte
olhei horizonte
dois barcos lado a lado ancorados
ANÁLISE.
Meu sentimento,
Mistura-se numa tônica de sentimentos,
O sim e o não,
Não há mais ação.
Neste buraco caindo estou,
Com lamúria e perdido,
Acabo não sabendo quem sou.
DESEJO ABAFADO
Que posso dizer neste presente,
Mesmo ao seu lado, você ausente,
Neste sentimento calado,
Que você tornou-se abafado.
A falta é grande e imatura,
A saudade é longa e tediosa,
Preciso de você em minha cultura,
Pois, coração é fera gananciosa.
Vagarosamente você se afasta,
PLURALIDADE.
Concreto armado e vergalhão,
Impedindo nossa visão,
Neste mundo a pluralidade,
Superando a falsidade.
Janelas encontramos,
A este mundo fitamos,
Tampando a paisagem,
Das pessoas sem coragem.
Muito chão nesta terra tem,
Que será pisada por alguém,
Quiçá o destino do além.
No varão das nuvens,
Curva-se alguém,
A estrela que brilha,
Frisando pra sempre,
o nosso Amém.
O NADA.
Somos capazes de tudo,
De tudo não sai nada,
E seguimos nessa salada,
Sendo a vida jornada.
Tudo é vida e nada,
Amantes somos da fada,
Vivemos de ilusões,
E, morremos como nada.
Caminhamos e pensamos,
Ao encontro dessa fada,
Passam-se vários anos,
E deparamos com o nada.
Somos da vida um terror,
Do nada apareceu o horror,
Convivendo no sagrado amor,
E revivendo sem dor.
Autor: Roberto Mello (Dodô).
No Ultramar,
o diabo ronda sem parar,
anseia pela juventude que navega
Para ser adulta e talvez ali ficar,
no chão que de vermelho se carrega
Boinas a tiracolo das armas à desfilada
Mães órfãs de frutos ainda verdes saudosos
Como uma Nação pode ser tão ousada
Lutando por nada e por tudo, orgulhosos
Esquecendo que na alma pesada, corre chumbo de dor,
Que os envoltos dos tubos, eram gatilhos frementes
Onde os olhares se afundavam no negro do tambor
Os dedos, aços que carregavam o odio, tementes
No meu tempo era melhor
Os risos não tinham pedras chapinhadas
O cinismo era curável e a vergonha era vermelha
No corado que nos prendia ao som do desculpe
No meu tempo brincávamos
Na pobreza de calças rotas
Que chutava pés descalços
Em bolas de papeis e sacos
Sem logotipos degradáveis
O leite trazia cheiro de vacas em bilhas
Em motas velhas como o condutor
e sempre se fervia o humor dele
para a doença não nos pasteurizar