Geral

O Dom de Ver

O Dom de Ver

 

Há o ver, e há o dom de ver

Há o ver um piano, e há o dom de tocar num piano

Entre o ver e o dom há a experimentação

Gostar do piano ao vê-lo, ou ouvi-lo não é o um dom

Tocá-lo sim é um dom

Olhos são como instrumentos para o ver

Mas há o dom de ver, que vem do perceber

Isso nas mulheres se chama intuição

O perceber só tem ligação com o presente e o futuro

É a dinâmica da percepção, não se percebe o passado

Você pode lembrar, mas ai já não é mais o perceber

TROTE COREANO

TROTE COREANO

 

Trimm Trimm Trimm

 

- Malásia Airlines bom dia

 

Bom dia moça, é que tô com um problema aqui em casa

que eu acho que vocês é que podem resolver

 

- Pode falar senhor, esta ligação está sendo gravada

 

É que tem um avião parado lá no meu quintal, e tem um monte de gente com cara de Coreano me pedindo arroz. A senhora tem arroz ai pra dá pra esse povo todo? É porque já comeram o arroz todo aqui de casa.

 

- Infelizmente não posso ajudá-lo senhor, tenha um bom dia

 

 

Inferno Virtual

Inferno Virtual

 

Tenho falado do bem no sub mundo virtual
Mas o bem não é bem recebido nos becos e ruas da Deep Web street
É um mundo onde o mal mostra-se feio e desnudo
Mas há o bem por lá, uns tentam, outros fazem, outros falam
Tudo que é humano e desumano está lá, mas
Eu falei do bem no inferno virtual

Charles Silva

As águas correm

As águas correm
Sem nunca parar;
E há tanta água no mundo
Que o mais certo
É não tornarem a passar.

As flores morrem,
Mas podem renascer
Com as águas que correm
Das mágoas do ser.

São águas diferentes
De mágoas presentes
apenas porque o rio não volta.

Mas a minha vida é assim, solta,
Sem flores a renascer.
Se morrem é o fim
E essa flor acabou de morrer
Enquanto o rio continua a correr.

Da Estrada

Da Estrada

Onde vai dar uma estrada percorrida?
Milhas e milhas, com intensos combates
Estará a felicidade ali? No fim da estrada?
São apenas estradas entre outras estradas
Não há prêmio ou fortuna no fim da estrada
Não há vencedor no fim da estrada
Lá só há o fim dessa estrada
Quem sabe começo de outra estrada

Charles Silva - Textos

Alma alforriada

Da vida que não mais presa está

flui a certeza, que ao cativeiro

não, não aceitará retornar.

 

É  o sopro que move os mundos

de movimentos serenos e profundos,

regi a vida do antigo moribundo.

 

Com o bater manso das asas

o desejo do coração

é a arma empunhada.

 

Voeje alma alforriada,

usufrua do prazer

de o seu sonho conhecer.

 

Enide Santos 10/04/14

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